A temática da colaboração dentro das organizações, está centrada no papel, no entendimento que as pessoas têm sobre o assunto e no alinhamento entre o equilíbrio da consciência racional e emocional, face à tomada de decisão.
As organizações deparam-se com conflitos por existir uma falsa visão de que a competitividade é a habilidade chave para o profissional atingir o resultado esperado, mantendo o seu foco unicamente na atracção do cliente externo. E aqui emitimos o alerta, da necessidade de colar o seu foco paralelamente ao do cliente interno, nas suas pessoas, pois elas são o seu melhor marketing de atracção. Trazer o exercício da colaboração para dentro das organizações é um passo para a promoção do marketing interno da atracção.
O que significa ser colaborativo? O que é colaborar? Para responder, recorro ao dicionário de língua portuguesa que define que “colaborar significa prestar colaboração, trabalhar na mesma obra, concorrer para um fim em vista”. Colaborar significa contribuir com informação relevante. Toda a organização, tem ou deveria ter este significado de forma transparente na definição dos seus valores e igualmente no seu código deontológico, para o fortalecimento do pensamento de governação corporativa.
O papel do indivíduo enquanto pessoa, associado ao desconhecimento da sua identidade e de como gerencia as suas emoções dentro da organização, pode limitar o alcance da sua alta performance. Pensar de forma colaborativa realça a necessidade da inclusão do outro na tomada de decisão, desta forma, é necessário olhar os benefícios e as oportunidades estratégicas que se abrem num mundo “VUCA”, volátil, incerto, complexo e ambíguo. Um mundo de constante movimentação, e quando as suas pessoas não acompanham esta evolução, tornam-se obsoletas, bem como todo o conhecimento que detém.
Criar a cultura da colaboração fortalece valores, missão e a visão da organização, a partir do desenvolvimento da capacidade de conexão, e da busca pelo entendimento das reais necessidades a serem atendidas durante o processo de desenvolvimento de determinada actividade. Desta forma, eliminam-se a título de exemplo: a burocracia que imperra processos internos, a ausência de resposta atempada aos e-mails, o incumprimento de prazos, os atrasos e a cultura da culpa.
As suas pessoas começam a pensar na solução da actividade e não no problema em si, buscam implementar planos de acções estratégicos e objectivos, visando harmonia e o sucesso do resultado a atingir. O novo “mindset” do futuro do trabalho nas organizações solicita que se conheçam as habilidades comportamentais dos seus colaboradores, cujo realce e importância no papel dos gestores de recursos humanos, no que toca à agilidade, investimento em tecnologia e capacitação das suas pessoas.
A cultura da colaboração torna presente o desenvolvimento das inteligências emocionais que por sua vez reforçam tomadas de decisões mais conscientes, escolhas sólidas e amparadas na transparência. Este novo cenário estará assente no seguinte tripé: fortalecimento da identidade (SER); desenvolvimento de inteligências emocionais e competências comportamentais. O cenário actual evidencia cada vez mais o desenvolvimento de habilidades centradas no indivíduo, na integração, na qualidade e será uma alavanca ao crescimento das organizações, porque reforçam a actualização constante e a partilha do saber como forma de crescimento das equipas.