Acreditam que ser despedido para muitas pessoas é pior que o próprio divórcio ou a morte? A Bloomberg publicou em 2017 os resultados de mais de 4000 estudos independentes compilados pela Universidade de East Anglia (UK) a confirmar esse facto indicando que “os funcionários demitidos nunca se recuperam no mesmo nível de bem-estar, uma medida que inclui saúde mental, autoestima e satisfação com a vida”.

Como profissionais de recursos humanos, há muitas coisas que podemos mudar, melhorar até, mas infelizmente não podemos evitar situações de morte, divórcios, ou … despedimentos que vêm indicados desde a liderança de topo. Para os casos de despedimentos, o que sim podemos gerir é o grau de impacto que causa na vida das pessoas essa demissão. Isso, é por exemplo, utilizando programas de Outplacement, entre outras estratégias.

O termo Inglês Outplacement foi inicialmente utilizado pela consultora Challenger, Gray & Christmas dos USA a raiz da forte crise financeira dos anos 80, altura de muitos ajustes e despedimentos nas empresas daquele país. O seu significado é basicamente recolocação no mercado de trabalho, mas neste caso de uma forma ainda mais abrangente não unicamente dando apoio para conseguir um novo emprego, mas às vezes também com apoio emocional, profissional, de infraestrutura (escritório, salas de encontro, etc.), melhoria de competência, ou procurar fontes de renda alternativas, entre outras estratégias.

Basicamente, a empresa que despede um ou vários funcionários, contrata os serviços pelo geral de um terceiro para oferecer os serviços acima indicados a cada um dos funcionários despedidos, como parte do pacote de despedimento. Este processo tem impactos positivos, tanto na empresa como no funcionário. Para a empresa, oferece uma melhor imagem corporativa, actua como responsabilidade social, e até às vezes ajuda com as negociações com sindicatos e relação com o Estado. Para o trabalhador, claramente reduz o impacto emocional e profissional do despedimento, e melhora as probabilidades de encontrar rapidamente um novo emprego o carreira profissional.

Adicionalmente, a médio-longo prazo para a empresa, o Outplacement assegura uma melhor marca de empregador, retenção de talentos, e promove o networking, sendo que nunca sabemos a quem vamos encontrar profissionalmente no futuro nas relações inter-empresa. E o custo, pode ser sempre negociado com o fornecedor, conforme seja adequado a cada caso e posição. Esse custo pode coloca-se certamente no pacote geral de despedimento.

Há diferentes tipo de fornecedores de recolocação para escolher. No entanto, todos eles têm o mesmo objectivo final: ajudar os trabalhadores demitidos a voltar ao trabalho num novo e significativo papel. Tradicionalmente, os fornecedores de Outplacement ajudam a controlar também a comunicação com os funcionários, e acompanham os mesmos por semanas ou meses até que seguem sozinhos a procura. Ainda, isso tem mudado recentemente com uma nova leva de empresas que oferecem serviços de Outplacement de forma muito ágil e por via das novas tecnologias, com estratégias muito criativas e modernas para acompanhar os funcionários nesta jornada introspectiva e de muitas mudanças, como se de um coach se tratasse.

Certamente nestes tempos que correm, após o forte impacto da pandemia mundial, e nova crise financeira a vista, com certeza o termo Outplacement vai ser de volta utilizado com frequência nas salas de muitos Recursos Humanos em todo o mundo.

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