Angústia, medo são sentimentos que já estão presentes em cada um de nós.
O nosso medo não é só se formos contaminados, há também o medo de sermos nós a contaminar alguém, no seio da nossa própria família ou mesmo um desconhecido.
O isolamento social já cria altos níveis de stress, associa-se mais o tédio, o convívio permanente com os familiares, junta-se a solidão de muitos que estão acompanhados, mas sentem-se sozinhos ou mesmo os que estão completamente isolados.
Já começamos a ter fatalidades em Angola, gostaria imenso que ficássemos por dois mortos, mas infelizmente há coisas que não estão sob o nosso controlo, a única coisa que está sob o nosso controlo é ficar em casa e seguir as regras de higiene, bem como aproveitar algum tempo que sobra para ajudar alguém, não precisamos sair de casa, usando a tecnologia, chegamos facilmente às pessoas que precisam nesta hora de uma conversa, de apoio psicológico. Estamos a viver tudo o que está a acontecer desde Janeiro de 2020, mais intensamente nas últimas 3 semanas. Daqui para a frente, vamos precisar cada vez mais de cuidar da nossa saúde mental e a do próximo, o que se avizinha poderá ser crucial.
- Faça vídeo chamadas, individuais ou em grupos
- Faça ligações de voz
- Convide pessoas para uma conversa virtual de 10, 15 minutos num dos seus intervalos
- Ligue para um lar de idosos e procure saber como estão
- Ligue para um orfanato, há muitas crianças juntas num espaço só, procure saber como estão, o que têm comido, se estão a respeitar as regras de higiene
- Não partilhe notícias falsas, ao não partilhar já estará a contribuir para a redução de stress e ansiedade de alguém
- Não divulgue dados privados e confidenciais, vamos respeitar a identidade das pessoas
- Não reencaminhe qualquer coisa, apenas por reencaminhar, só porque também recebeu de alguém.
Para quem ouviu o pronunciamento do Papa Francisco na Oração que ele fez pela Humanidade: “Estamos todos no mesmo barco. É o tempo de reajustar a vida. Só o conseguiremos juntos.”
“Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades, apoderaram-se das nossas vidas com um silêncio ensurdecedor e um vazio desolador que paralisa tudo. Sente-se no ar, nota-se nos gestos, dizem-no os olhares. Estamos com medo e perdidos. Como os discípulos, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furiosa, e nos damos conta de estar na mesma barca, todos frágeis e desorientados, mas, ao mesmo tempo, importantes e necessários, todos chamados a remar juntos, todos precisando de encorajamento mútuo.”
Vamos todos fazer a nossa parte, vamos todos remar juntos para a mesma direcção. Vamos pôr à prova o amor que temos pelo próximo, vamos ser mais empáticos. Diante da morte não há classe social, não há conta bancária que nos salve, não há bacharelato, mestrado ou doutoramento, não há políticos, reis ou rainhas, o vírus só sabe que precisa de pulmões para fazer o estrago que tem feito em todo o mundo.
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