A análise da vida das pessoas isoladas da sociedade não pode ser amputada da sua condição social. É uma questão de princípio(s).

Talvez pudéssemos dizer, que fazê-lo, seria desumanizá-lo, removendo-lhe a sua mais humana característica, transformando-o num ser associal cuja vida seria apenas um pretexto para existir, não conviver.

O isolamento humano negoceia as paixões como se de instintos se tratassem.

A socialização enaltece a compaixão, transforma os humanos em seres transcendentais, capazes de atitudes e acções que nenhum outro animal pode sequer imaginar…

Da mesma forma, a vida das empresas, instituições, e organizações, enquanto organismos que buscam objectivos – específicos mensuráveis, exequíveis, relevantes, e restritos no tempo e alcance – não pode ser dissociada dos impactos que a prossecução e obtenção, ou não, desses objectivos reenviam para a sociedade.

É uma questão de princípio(s).

Quando, Milton Friedman, ao pronunciar-se sobre o tema, vulnerou a responsabilidade (social) das empresas como sendo limitada à pura, livre – desde que legal e não fraudulenta – dedicação dos seus recursos para a maximização dos seus lucros, forneceu uma visão sombria sobre o papel do capitalismo no mundo contemporâneo.

Sugados pela hiper-competitividade que a liberdade ou liberalismo proporciona, condicionados pelo isolamento que o individualismo favorece, somos deixados sem grandes pistas sobre a negligência das palavras de Friedman.

É uma questão de princípio(s).

É preciso estabelecer um ponto de partida que seja humano, e que nos faça pensar sobre a vida que queremos viver, a sociedade que queremos contruir, é preciso começar pelo princípio.

A responsabilidade social das empresas é nunca esquecerem que estão ao serviço da sociedade, e sempre que humanamente possível, fazer tudo o que estiver ao seu alcance, para que o seu impacto económico e social seja positivo, humanizante, transcendental.

A criação de valor económico não deve ser encarada como um risco ao desenvolvimento. O que não é aceitável no século XXI, é que a procura pelo lucro seja a única responsabilidade empresarial.

Todos – empresas, organizações, instituições, pessoas, colaboradores, consultores, assessores, clientes, fornecedores – somos responsáveis pelo nosso impacto na sociedade e na história da humanidade.

É uma questão de princípio(s).

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