Cada um de nós vê o mundo com um olhar diferente, isto porque os nossos mapas mentais são desiguais, construídos e percepcionados com base no meio em que estamos inseridos.
Carol Dweck, professora de psicologia e criadora do conceito “Mindset” (atitudes mentais ou mentalidade), dedicou-se ao estudo sobre o porquê de determinadas pessoas conseguirem um alto desempenho enquanto outras simplesmente fracassavam. Dweck, também autora do livro com o mesmo nome, “Mindset”, descobriu que a atitude mental que trava ou faz prosperar estas mesmas pessoas estava relacionada às crenças, daí estas terem um papel determinante nos resultados de vida.
Assim, foram definidos dois tipos de “Mindset” – o fixo e o de crescimento. O primeiro tipo retrata muito bem a música de Dorival Caymmi, “Modinha para Gabriela.”
“(…) Eu nasci assim,
Eu cresci assim,
E sou mesmo assim,
Vou ser sempre assim,
Gabriela! Sempre Gabriela.”
Esta é a famosa síndrome de Gabriela. Neste tipo de mentalidade as pessoas acreditam que a inteligência é uma herança genética e que os talentos não podem ser desenvolvidos. Nasce-se de um jeito e jamais se pode mudar.
No “Mindset” de crescimento, o segundo tipo, a música que melhor se adequa é a Metamorfose ambulante de Raúl Seixas.
“(…) Prefiro ser essa metamorfose ambulante
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Eu quero dizer agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.”
Neste “Mindset”, as pessoas olham para as situações como um mundo de oportunidades para desenvolverem as suas potenciais capacidades ou habilidades.
Portanto, compreender a diferença entre mentalidade fixa e de crescimento é o ponto de partida para a mudança. Pesquisas comprovam que as nossas influências mentais foram plantadas na nossa infância por padrões repetitivos ou por acontecimentos de forte impacto emocional que deram origem a formação de determinado tipo de “Mindset.” Entretanto, são as nossas escolhas e posicionamentos quotidianos que determinam o nosso sucesso ou fracasso.
Assim, a mentalidade de crescimento assenta na mudança e ao fazermos este movimento estamos a ressignificar as nossas crenças ou a informação recebida pelo nosso sistema sensorial, absorvidas como verdade absoluta. A medida que estas crenças vão ganhando espaço, vão-se tornando cada vez mais fortes proporcionando-nos uma maneira diferente de pensar, sentir e agir.
Para desenvolvermos uma mentalidade de crescimento estão na base alguns aspectos, como: a disciplina; consistência; o auto-conhecimento e auto-confiança; a predisposição para assumir riscos; entender que não é o valor do QI (quociente de inteligência) que nos vai colocar na jornada do sucesso, mas sim o esforço dedicado para o alcance do objectivo. Portanto, sair da zona de conforto, ter um plano, investir não só nas “hard skills” mas essencialmente nas “soft skills”, são acções que nos irão projectar para obtenção de melhores resultados na vida.
Concluindo, pesquisas mais recentes sobre Neurociência divulgaram que o cérebro tem características que permitem a mudança, como a neuroplasticidade (a forma como o cérebro aprende e se reprograma), logo, é possível reprogramar crenças e criar mudanças significativas no comportamento. E como isso acontece? “Todos os dias o cérebro gera 10 mil células-tronco que se dividem em duas. Uma torna-se uma linha filiada que continua fabricando células-tronco, e a outra migra para onde quer que seja necessária no cérebro e se transforma nesse tipo de célula.” Este é um novo entendimento sobre a nossa fisiologia que dizem respeito a morte e nascimento de novas células cerebrais, segundo Daniel Goleman, no seu livro, “O cérebro e a Inteligência Emocional – Novas Perspectivas. E Isto quer dizer que as células cerebrais se multiplicam dando origem a novas células, novas conexões neurais e novos padrões de comportamento adaptáveis a outras realidades.
Makiese De Carvalho,
Gestora de Recursos Humanos, Coach Emocional Humanizado e Analista de perfil comportamental DISC