Talvez seja suspeita por falar sobre este tema, por ser Mulher, por ser Fundadora da Liderança Feminina em Angola e estar amanhã a celebrar o III Aniversário, por acreditar na equidade do género e por defender a Liderança feminina autêntica. Ou simplesmente seja a pessoa ideal para escrever este artigo para a CRH.
Seja qual for a sua opinião, o desafio que lhe deixo hoje é para responder de forma consciente e sincera: Como se sente impactado pela Liderança Feminina?
Positivamente? Negativamente? E porquê?
Sabia que as Mulheres continuam ainda a exercer menos de 20% dos cargos de topo a nível mundial? Que apesar do facto de sermos dedicadas, mais produtivas e eficientes, no final a função de liderança continua a ser atribuída maioritariamente a homens?
Porquê? Porque temos receio de assumir essas funções de liderança? Porque não nos é dada essa oportunidade? Porque não investimos tempo? Porque somos perfeccionistas e só quando estiver tudo perfeito é que nos expomos? Porque não temos suporte? Porque não apostam em si por ser Mulher? Porque…. Porque… Porque…
Podem ser tantas as razões, que até deixa de fazer sentido. Por isso mesmo, a minha questão: Como se sente impactado/a pela Liderança Feminina?
Porque ela, a Mulher está presente na nossa vida, a partir do momento em que somos gerados, em que nos carrega no ventre e nos acarinha e posteriormente amamenta, educa e prepara para a vida. Nessa caminhada da vida, como foi impactado/a pela Mulher? Como foi ensinado/a a cuidar da outra mulher, a respeitar, a apoiar de forma equitativa ou aprendeu a maltratar, a exigir que seja sua criada, a menosprezar?
A forma como foi educado e educa, dirá no futuro como vai considerar a mulher. Como a vai respeitar, como vai aceitar uma liderança feminina, como vai receber as suas orientações, as suas decisões, como vai apoiar para alcançar o sucesso em conjunto.
E, se a Liderança feminina for de facto autêntica, se permitir que seja autêntica, se a Mulher permitir-se ser-se autêntica o impacto será absolutamente fantástico.
Afinal as estatísticas dizem claramente que as Mulheres líderes têm o retorno superior aos homens. Precisamos apenas de mais Homens e Mulheres que acreditem na equidade género e que trabalhem lado-a-lado e não de costas viradas.
A vida é demasiado curta para que cada um vire as costas ao outro só por questões associadas ao género. Nos diferentes contextos: familiar, profissional e social é necessário quebrar tabus, é necessário destruir as barreiras, desmistificar as crenças e acima de tudo assumir o impacto positivo que a Liderança Feminina tem! Apenas juntos podemos fazer a diferença e permitir um maior impacto da Liderança no Feminino, como algo absolutamente normal.
Eva Rosa Santos, fundadora da Comunidade de Recursos Humanos e Liderança Feminina em Angola.